ES vai adotar restrição no uso de água para evitar racionamento devido à seca

Cronograma de restrições deve envolver, inicialmente, os grandes setores produtivos, como indústrias e agricultura. Rio Doce atinge nível mais crítico dos ...

ES vai adotar restrição no uso de água para evitar racionamento devido à seca
ES vai adotar restrição no uso de água para evitar racionamento devido à seca (Foto: Reprodução)

Cronograma de restrições deve envolver, inicialmente, os grandes setores produtivos, como indústrias e agricultura. Rio Doce atinge nível mais crítico dos últimos seis anos e bancos de areia mudam paisagem em Colatina, Espírito Santo. TV Gazeta Após decretar estado de emergência devido ao aumento queimadas por causa do tempo seco, o Espírito Santo deve adotar, até a próxima semana, um cronograma de restrição do uso de água para os chamados grandes setores produtivos, como agricultura e indústrias, devido aos indicadores de seca e falta de chuva em maior parte do estado. Já são aproximadamente 90 dias sem volume significativo de precipitações. A informação foi divulgada pelo diretor-presidente da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), Fábio Ahnert, durante entrevista à Rádio CBN Vitória na manhã desta terça-feira (10). "A restrição antecede o racionamento. Esta medida é justamente para evitar isso. Quando há o esforço de cada setor, provavelmente não precisamos racionar", disse Fábio. 📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsApp Seca no Rio Doce em Colatina, no Espírito Santo, impressiona Reprodução/ TV Gazeta Segundo o diretor-presidente, o Espírito Santo vive uma "nova realidade" e tem convivido com um volume cada vez menor de chuva — já são aproximadamente 90 dias sem volume significativo de precipitações. Atualmente, a Agerh recomenda: Uso racional da água em todo o Espírito Santo, diminuindo desperdícios; Redobrar os cuidados da população para a economia da água; Manejo mais adequado da irrigação e na indústria; Incentivo ao reúso da água em circuitos fechados, atendendo a vários processos produtivos dentro de um sistema industrial. É importante destacar que atualmente não há risco de desabastecimento no Estado e que as vazões dos principais rios do Estado estão em média em patamares mínimos, mas dentro do esperado para este período do ano, que é um período de seca e forte estiagem. Essas vazões estão refletindo uma nova realidade hidrológica, ou seja, estão cada vez menores a cada ano. Cidades do Espírito Santo há mais dias consecutivos sem chuva, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet): Afonso Cláudio - 36 dias sem chuva; última chuva registrada no dia 5 de agosto Linhares - 35 dias sem chuva; última chuva registrada no dia 6 de agosto São Mateus - 19 dias sem chuva; última chuva registrada no dia 22 de agosto Santa Teresa - 15 dias sem chuva; última chuva registrada no dia 26 de agosto Alfredo Chaves - 15 dias sem chuva; última chuva registrada no dia 26 de agosto Alegre - 15 dias sem chuva; última chuva registrada no dia 26 de agosto Vila Velha - 15 dias sem chuva; última chuva registrada no dia 26 de agosto Venda Nova do Imigrante - 14 dias sem chuva; última chuva registrada no dia 27 de agosto Como será a restrição? As instituições ligadas ao governo do estado, como a Agerh, ainda estudam a porcentagem que cada setor, como a indústria e a agricultura, deve reduzir no consumo de água. Em 2023, por exemplo, a redução variou entre 20% e 30%. A restrição do uso não significa, porém, que haverá racionamento em cidades do Espírito Santo. Setor industrial deve entrar no cronograma de redução de uso de água no ES Villoni Alimento/Divulgação O cenário não é exclusividade do Espírito Santo. Minas Gerais também vive um panorama parecido, o que afeta diretamente a vazão do Rio Doce e do Rio São Mateus, importantes bacias hidrográficas no estado. No território capixaba, inclusive, a Agerh entende que há classificações diferentes. Municípios do Norte têm enfrentado uma seca mais grave em comparação às cidades da Grande Vitória e da Região Sul. "É um quadro de intensificação e agravamento da seca. Tivemos a consolidação do monitor de seca. Os índices apontam severidade em algumas cidades, inclusive. As perdas menores estão na Região Sul, e as maiores estão na Região Norte, onde há maior preocupação", explicou Fábio. De acordo com Fábio Ahnert, o que chama atenção é o período do ano em que a seca tem se agravado. Segundo ele, a seca é um panorama esperado e já enfrentado nos últimos anos. Acontece que a falta de chuva, com baixa umidade do ar e temperaturas mais altas, é um conjunto de condições esperado apenas para o fim do ano, depois do mês de setembro. LEIA TAMBÉM: VÍDEOS: incêndio atinge área do maior circuito de tirolesas da América Latina, no ES, e equipe da prefeitura fica cercada pelo fogo Incêndios aumentam 73% no ES e agosto tem a pior semana do ano Vídeo mostra incêndio de grandes proporções em área de mata em Colatina Além da seca, queimadas Grande incêndio atinge área do maior circuito de tirolesas da América Latina, em Pancas Se não bastasse a falta de chuva, o estado tem convivido com o aumento das queimadas. De acordo com números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) foram registrados, até segunda-feira (9), 425 focos de incêndio. O número é mais do que o dobro (127% de alta) do que o registrado no mesmo período do ano passado. Devido ao aumento das queimadas, o governador Renato Casagrande (PSB) decretou situação de emergência no Espírito Santo. Vídeos: tudo sobre o Espírito Santo Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo